Por Matheus Perez
A Árvore Educação surgiu da interseção do mercado editorial com o mercado de tecnologia da educação. Nossas plataformas de leitura digital atendem a mais de 500 escolas em todo o país, públicas e privadas.
Não há dúvida que a crise que enfrentamos no momento é a maior da nossa geração. Os desafios são imensos e certamente seus impactos serão sentidos ainda por muito tempo. As editoras têm sofrido muito, com a maior parte das livrarias fechadas em todo o país. Segundo a GfK, o faturamento apurado com a venda de livros no mês de março caiu 18,3% e a quarentena começou apenas na segunda metade do mês.
Neste cenário de incerteza e isolamento social, o universo digital e mobile ganha cada vez mais destaque. Se antes já parecia que toda nossa vida era moldada pelo online, agora ele se tornou preponderante para que possamos interagir uns com os outros. As pessoas estão consumindo cada vez mais conteúdos digitais, inclusive livros.
A Árvore Educação surgiu da interseção do mercado editorial com o mercado de tecnologia da educação. Nossas plataformas de leitura digital atendem a mais de 500 escolas em todo o país, públicas e privadas. A maior parte das escolas que atendemos hoje está dando aulas à distância, e toda a relação entre professores e estudantes passou para o digital. Os professores estão correndo atrás de como trabalhar com os alunos online, e como mantê-los engajados no aprendizado.
Mas a crise também atinge as escolas, que aos poucos estão sentindo uma queda na sua receita, então ainda é cedo para afirmar qual será o impacto da crise na leitura de livros digitais nas escolas. Mas o momento é de oportunidade. Agora é a hora de mostrarmos para as escolas e alunos a que viemos, e aqui não falo somente como representante da Árvore, porque acredito que as editoras precisam também ter a mesma atitude.
Este não é o momento para temer o digital. Duas pesquisas, uma no mundo e outra no Brasil, realizadas com líderes de empresas de educação, revelaram que a maioria deles acredita que a crise trará muitas dificuldades, como já está trazendo para todos os setores. Mas, para a maior parte deles, a educação irá passar por uma disrupção dentro dos próximos 24 meses. Uma disrupção centrada no uso das novas tecnologias. O mercado editorial está fortemente ligado ao mercado de educação. São as editoras que publicam os livros que são lidos nas escolas e que formam cidadãos. Será que as editoras estão se preparando para essa disrupção digital? É urgente mostrarmos para as escolas que não apenas podemos atender a suas necessidades imediatas, advindas desta crise, mas que também estamos prontos para atender às demandas da educação no futuro, assim garantindo a pais, professores e alunos nossa missão de formar leitores.
Matheus Perez é formado em Produção Editorial pela Universidade Anhembi Morumbi, com pós-graduação em Marketing e Inteligência de Negócios Digitais pela FGV. Atua como gerente da área de Conteúdo Editorial da Árvore Educação desde sua fundação, onde é responsável pela prospecção e gestão de livros e o relacionamento com editoras. Tem passagem pelo PublishNews, SBS e Globo Livros, além de ter trabalhado como revisor, preparador e tradutor freelancer para diversas editoras.