No sentido de oferecer uma boa experiência, é uma boa prática trabalhar primeiro na escolha do formato do e-book. Acredite, um dos motivos pelos quais alguns títulos não alcançam a receita que era desejada é porque são feitos no formato fixo, ao invés do fluido. Talvez isto seja um pouco repetitivo para alguns, mas queremos trazer todos para a mesma página: o formato fixo é semelhante ao PDF, permitindo que se preserve o layout exato da diagramação. Parece uma realização para os designers, mas deixa a desejar para quem lê: normalmente, o tamanho da fonte fica muito pequeno e quem lê precisa constantemente fazer gestos de pinça para “dar zoom” e conseguir ler o que está escrito.
Em contrapartida, o layout fluido (também chamado de refluível) permite que o texto corra livremente, se adaptado aos formatos de tela, permitindo que o leitor escolha em que tamanho de fonte deseja ler. Pode não ser agradável para o editor, mas, na prática, quem lê tende a manter uma boa aparência e tem uma experiência infinitamente melhor. Ou seja, é possível sim fazer intervenções no layout, porém estas intervenções precisam ser bem-pensadas.
Exceto para livros infantis, histórias em quadrinhos ou quando a posição do texto é indispensável para a compreensão do livro, a grande maioria dos livros pode ser feita em formato fluido. É o formato comercialmente mais atraente já que é aceito pela maioria das lojas. Pode ser lido em qualquer dispositivo, permite a leitura noturna e é o único totalmente compatível com aplicativos que oferecem recursos de acessibilidade. Além disso, para produzir o layout fixo, você terá de gerar um arquivo dedicado para a Amazon, com ISBN próprio e com um trabalho adicional de produção.
PENSANDO NAS VANTAGENS
Ao invés de realizar a escolha do formato por suas limitações, um bom caminho é fazê-lo por suas vantagens, transformando experiências ruins com o digital em uma tarefa prazerosa, uma brincadeira com a imaginação. Por exemplo, a possibilidade de inserir links é uma feature específica do digital que pode ser explorada e por si só já tem a capacidade de transformar o e-book em muito mais que uma cópia do impresso. É possível abrir ainda mais a mente nos novos projetos se levarmos em conta cada característica do digital, como:
- Poder melhorar o acesso dos leitores às imagens, colocando-as coloridas;
- A maioria dos aplicativos de leitura oferece a possibilidade de fazer o zoom, então é possível colocar alguma imagem num tamanho maior para que o leitor veja seus detalhes;
- Não há limitação de páginas para “fechar caderno”, como usar isso a nosso favor?
- Poder oferecer um conteúdo extra em um dos formatos;
- O recurso de pop-up que Apple e Amazon oferecem ajuda consideravelmente a navegação entre notas de rodapé.
O layout fixo, como mencionamos no início do texto, se comporta muito bem para livros infantis onde não há tanto texto. Ele oferece algumas possibilidades com o Kindle Kid’s Book Creator, por exemplo, que permite adicionar pop-ups que são abertos quando você clica duas vezes sobre o texto, para que possa lê-lo de forma mais confortável.
Incentivamos a criação dos livros quase sempre em layout fluido, mas há projetos que, de fato, fazem mais sentido no formato fixo. A escolha do formato do e-book considerando as vantagens do fluido e do fixo pode ajudar muito no projeto do livro e em seus resultados. Se tiver dúvidas sobre qual melhor formato para sua obra, não hesite, contate sua(seu) gerente de conta e compartilhe seu projeto. Juntos, certamente, teremos boas alternativas.