Áudio dramas: o que os torna especiais no seu catálogo e aos ouvidos do público?

Podcasts e audiolivros fincaram sua bandeira no Brasil e no mundo, ocupando áreas antes indisponíveis da rotina das pessoas. Seja fazendo a faxina da semana, se deslocando em um ônibus, carro ou metrô, executando atividades mecânicas e tediosas ou fechando os olhos antes de pegar no sono, a palavra e a fala viraram aliados dos nossos ouvidos livres e olhos cansados de telas.  

Se podcasts, com sua espontaneidade e tom de conversa, nos aproximam de seus interlocutores, e audiolivros, com sua narrativa falada, nos trazem de volta à experiência primeira da narrativa, de contar uma história a alguém, qual o lugar daquele primo distante, que transita entre a fala, efeitos sonoros, trilhas musicais; o (às vezes incompreendido) áudio drama? 

Filho das radionovelas – com suas múltiplas vozes e efeitos especiais – o áudio drama lança mão de recursos comuns às produções audiovisuais – sons de passos, molho de chaves mexendo, ambiências de floresta, de cidade, de deserto, trilhas musicais, efeitos de transição – todos à serviço apenas da fala, não da imagem. 

As ferramentas disponíveis são muitas, mas quais os trunfos reais do formato para sensibilizar e engajar? 

1 – Áudio dramas nos gêneros infantil e infanto-juvenil são consumidos de maneira similar à música: uma mesma faixa é ouvida centenas de vezes por uma única pessoa. O repeat é um aliado que impulsiona a receita. 

2 – Efeitos sonoros criativos podem colorir e transportar para o áudio ilustrações e elementos gráficos. 

3- Música e efeitos dão dinâmica à narrativa. Jogar com o contraste entre música e silêncio, efeitos e a pureza da voz, respeitando o caráter primordial da última, pode garantir audições prolongadas e mais atentas. 

4 – Tecnologias de áudio imersivo – Binaural ou Atmos – dão perspectiva e tridimensionalidade ao jovem apaixonado por sci-fi e podem funcionar como instalações sonoras em uma biografia ouvida por adultos, por exemplo. O limite, inventividade, qualidade do conteúdo final dependem do briefing, entendimento da obra e criatividade do time envolvido. 

5 – Modelos híbridos e enxutos podem apresentar o melhor dos dois mundos. Intercalar diálogos e narração em off, desenho sonoro e respiros para assimilar o conteúdo, são maneiras de dar perspectiva e ritmo à trama, além de reduzir custos de produção. 

6 – Lançar mão de um único narrador com experiência em artes cênicas para emular diferentes personagens muitas vezes funciona tão bem ou melhor do que múltiplos narradores. 

Onde tomar cuidado? 

  • Não exagerar no tempero. Alguns áudio dramas pecam pelo excesso, criando atmosferas e efeitos caricatos, que reforçam o estigma do formato como sendo majoritariamente destinado ao público infantil. 
  • Utilização de muitas vozes pode dispersar ou confundir o ouvinte, que não consegue distinguir personagem A de personagem F.  
  • Utilizar tecnologias 3D e inúmeros efeitos pode ofuscar o aspecto principal: a narrativa. 

Atualmente, a Bookwire está produzindo o áudio drama “Palmares de Zumbi”, da Editora Nemo, (Autêntica), ganhador do Jabuti na categoria Juvenil em 2020. A obra foi mixada com ferramentas de realidade virtual e conta ainda com trilha original, além da incrível narração do ator Alexandre Rodrigues. Se quiser saber por onde começar, entre em contato conosco no e-mail audio@bookwire.com.br, compartilhe suas dúvidas e ideias. Ficaremos felizes em ajudá-lo e direcioná-lo ao time certo pra construir o universo sonoro mais criativo para suas obras.

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