Por Carlo Carrenho
Ultimamente só se fala em crise. É crise econômica aqui, crise política ali. O mercado de livros caiu mais de 12% em 2015 segundo a Fipe. Nas primeiras 20 semanas de 2016, o volume de livros vendidos no varejo caiu mais de 15% segundo a Nielsen Bookscan. E, se tudo isso não bastasse, o futebol brasileiro masculino não consegue nem marcar gols em equipes como Iraque e África do Sul – isto jogando em casa!
Momentos assim exigem reflexão sobre o próprio negócio, e é isto que as editoras vêm fazendo. Por um lado, busca-se cortar custos e produção, e aqueles livros prontinhos ficam esperando um alívio no fluxo de caixa para irem para a gráfica. Por outro lado, é preciso buscar alternativas, novas fontes de faturamento, tirar leite de pedra, ser criativo. Nesta hora, qualquer área que apresente crescimento e oportunidade no espectro do mercado editorial é fundamental. E já pensou se existisse uma área do mercado que cresceu mais do que 20% em 2015? Não seria um sonho?
Não, não é um sonho. É uma realidade. Segundo o relatório Global eBook, o mercado digital trade no Brasil passou de 3,5% dos exemplares vendidos em 2014 para 4,27% em 2015. Isto é um crescimento de 22%! O mesmo relatório estimou em R$ 35 milhões o faturamento digital dos editores de trade. Pode ser pouco em tempos de vacas gordas, mas é muito em épocas de placar de 7×1. O digital, portanto, é uma alternativa real para qualquer editora combater a crise, pois representa vendas marginais e entradas financeiras muito bem-vindas.
(Aliás, sabe aqueles livros prontinhos esperando a hora de ir para a gráfica? Por que não lançá-los antes e digital sem gastar quase nada?)
Neste sentido, a Bookwire vem fazendo um grande trabalho de apoio aos editores brasileiros. Suas mais de 150 editoras distribuídas estão podendo lutar contra a crise com a ajuda do digital e com o faturamento crescente que este vem trazendo ao setor. E isto sendo feito com muita dedicação, trabalho e carinho. Além de, claro, toda a tecnologia alemã.
E por falar em Alemanha, não dá para não lembrar do 7×1 e da crise do nosso futebol masculino. Mas assim como o mercado de livros tem uma ótima fonte alternativa de boas notícias na venda de e-books, nosso futebol de marmanjos que empata com o Iraque tem uma fantástica alternativa de gols e alegrias na seleção feminina que, capitaneada pela camisa 10 Marta, meteu 5×1 na Olimpíada em ninguém menos que a Suécia!
E vale lembrar que assim como o digital não tem nada de inferior ao físico, sendo apenas mais uma alternativa para o livro, a seleção feminina também não deixa nada a desejar para a masculina e tem de ser motivo de orgulho igual para a nação.
Em tempos de crise, portanto, viva o digital e as jogadas de craque da nossa camisa 10!