Por Leonardo Pereira
O grande desafio continua sendo não como produzir, mas o que produzir em uma miríade de oportunidades que sim, precisa superar o falso fascínio da consulta desleixada e descompromissada a uma das inteligências artificiais.
Não há mais um Paradoxo que angustie a tomada de decisões sobre que caminhos seguir com o planejamento e a produção dos livros no mundo. Não digo isso pensando só no segmento jurídico, que é onde temos nossa preponderância. Penso como usuário, trato com a múltipla necessidade de acesso ao conteúdo, imaginando todas as situações nas quais o leitor pode estar quando deseje ou precise ter acesso ao conteúdo.
Especificamente no nosso universo, consigo imaginar o advogado com mais de 40/50 anos, que ainda ama ler no físico, dobrar as pontinhas das páginas, usar um marcador de página ou mesmo embaralhar o livro em busca do fitilho. Do mesmo modo, esse mesmo advogado que agora precisa advogar em processos digitais, encontra-se em uma trilha de aprendizagem necessariamente pivotante. Antes mesmo de parar, preciso mencionar minhas práticas acadêmicas que consistiam em gravar em minicassetes as aulas dos melhores professores para depois ouvi-las novamente no carro ou no metrô, há muito já representadas pelos audiosbooks e pelos “podcasts”. E na outra extremidade, olhando para a geração Alpha, vejo crianças se apaixonando pelos livros físicos, na mesma velocidade em que acompanho estudos que dizem que a qualidade do aprendizado no físico supera o digital.
Ou seja, como já previa Sérgio Meira, somos FIGITAIS. E o que isso tem a ver com o planejamento estratégico do livro? Na minha visão, tudo. As editoras que se colocarem como detentoras de um direito de impressão, distribuição e venda de seus atores, sem considerar as capacidades do conteúdo, não que estejam fadadas ao insucesso (pois sempre creio na riqueza do conceito de nicho), mas seguramente deixarão de explorar a riqueza das circunstâncias.
Recentemente eu ouvi de um dos meus gurus a seguinte expressão: “Tudo depende do contexto”. E ele está coberto de razão se olharmos novamente para o segundo parágrafo deste artigo. Tudo vai depender do momento e da situação na qual o leitor esteja; até mesmo aquele advogado da geração X, se você olhar bem de perto, anda se deleitando com a biblioteca de livros digitais carregada em seu leitor.
E quando nos perguntam quais nossos planos para 2025, respondemos com serenidade que continuaremos a fazer o que sempre fizemos em nossos 16 anos de existência: investiremos em treinamentos, em mais consultorias, congressos, palestras e cursos, nos provocaremos a ter experiências que nos tirem da rotina do óbvio, que nos obriguem sempre a revisitar o que um dia Steve Jobs tentou expressar por uma de suas melhores respostas, quando questionado sobre o futuro e sobre inovação: nunca olhar para o meio da cena, mas sempre para as bordas!
O grande desafio continua sendo não como produzir, mas o que produzir em uma miríade de oportunidades que sim, precisa superar o falso fascínio da consulta desleixada e descompromissada a uma das inteligências artificiais.
Leonardo Pereira é formado em Direito, especialista e mestre e com experiência administrativa e gerencial adquirida ao longo de 24 anos, atuando com clientes das áreas de educação e varejo de alta demanda relacional. Atualmente é empresário no ramo do mercado editorial jurídico, além de atuar como Digital Grow na João Cordeiro. Foi Diretor dos Cursos Praetorium e IOB Concursos. Possui formação em Mkt digital e outras tecnologias da informação.