Eu adoro o mar.
Ler mais ainda…
Basta existir uma rede à beira-mar para que eu celebre a felicidade.
E na rede, perto do mar, em férias ou em dias de descanso, gosto de ler livro impresso.
Deitado em uma rede, também já li muitos e-books, mas na rede prefiro livro de papel.
Apenas prefiro.
Leio muitos livros de Negócios.
Todos e-books.
Leio livros de Filosofia e Teologia.
A grande maioria em formato digital.
No que se refere a livros de ficção, minhas preferências dividem-se, mas com bastante equilíbrio: leio em papel e em digital, meio a meio, diria. Nesse caso, talvez o preço seja o fator de decisão. Alguns títulos tenho nos dois formatos e utilizo ambos! Às vezes, simultaneamente.
Ao deitar, umas das minhas horas favoritas de leitura, uso meus e-readers dedicados. Sim, tenho mais de um, por força do trabalho. No dia a dia leio mais no smartphone. Mesmo não sendo a mais confortável das telas, é a que está sempre comigo.
Acho que a longa introdução acima já deu o tom e conduz à própria conclusão sobre o que decidi compartilhar neste texto. Depois de dois eventos importantes, o 6oº Congresso do Livro Digital e a 24º Bienal de São Paulo, dois fortes sabores contraditórios ficaram no meu paladar. Um azedo, mais amargo, encontrado na forte polarização entre o impresso e o digital originada, na maior parte, de gente incauta que não vivencia realmente a diversidade de formatos. Outro doce, açucarado, sentido na aproximação quase perfeita entre os dois formatos, a partir da qual caem as diferenças e lida-se com o digital e com o impresso da maneira como eu aprendi a lidar: sem barreiras ou distinções.
E nos dois eventos tivemos as duas coisas. Por exemplo, alguns artigos jogados ao público da Bienal escritos por jornalistas descuidados com a apuração dos fatos, apostando no embate, na polarização. Ou, representando a aproximação, a ótima palestra sobre engajamento do público de Sam Missingham da HaperCollins que tratou os formatos com viés agnóstico.
Digital e impresso são farinha do mesmo saco, para continuar na metáfora gastronômica. O saco do consumo de conteúdo, da maneira como for melhor para o leitor, no momento que for mais adequado, do tipo de leitura que está fazendo, do ambiente onde está inserido, do tamanho do texto, do objetivo que se pretende e de tantas outras variáveis e cenários que clamam por demonstrar que ambos os formatos se complementam.
Dizem por aí que gostar da mistura entre doce e salgado é para poucos paladares experimentados. Treinemos então nosso paladar na transformação do agridoce em algo palatável, gostoso e desejado. Não mais pelas percepções contraditórias, mas pelo aspecto complementar dos formatos.
Quando oferecemos conteúdo em formatos diversos estamos basicamente respeitando as decisões do leitor, deixando-o, no limite do composto de marketing, fazer o uso do conteúdo da maneira como ele pode ou deseja.
Quase a permitir que ele usufrua de um acarajé, com a forte característica que o torna uma iguaria, a da mistura dos sabores … na rede, à beira-mar.