Histórias precisam ser ouvidas

Por André Palme

Pensem em todos os formatos…esse não é um jogo sobre dividir e subtrair…é um jogo sobre usar o áudio como um formato a mais, sobre multiplicar, sobre complementar.

Todo mundo gosta de ouvir e contar boas histórias. Todo mundo tem um amigo que manda áudios de 5 minutos pelo WhatsApp contando alguma coisa (se tiver uma voz bonita me avisa que chamamos para um teste de narrador na Storytel). Ou seja, você ouve histórias desde sempre! A diferença é que o audiobook é uma história profissionalmente contada por alguém pra você.

Contar uma história não tem nada de novo e surgiu antes de qualquer outro formato que conhecemos. Veio antes da escrita, da música e muito, muito antes do vídeo. O que mudou nas histórias faladas (ou ouvidas) foram basicamente duas coisas: acesso e escala.

Antes de falar sobre isso, acho muito importante contar uma coisa que nem todo mundo sabe: somos uma editora. Sim, o grupo Storytel é composto por duas grandes divisões: a que chamamos de Streaming, que através de um aplicativo oferece para as pessoas a possibilidade de, por um valor fixo por mês consumir conteúdos em áudio (e também em texto) no celular, e a de Publishing.

A divisão de Publishing fez com que nos tornemos uma das maiores editoras de áudio do mundo. Ano passado produzimos mais de 6.000 audiobooks em mais de 20 línguas diferentes. Isso, além de nos ajudar muito a criar uma expertise de seleção de voz, gravação e qualidade do que publicamos, nos traz algo muito importante: sabemos o valor do conteúdo. Não estou dizendo (apenas) sobre o valor financeiro de um conteúdo e o quanto esse investimento pode gerar de receitas e lucros. Estou dizendo que sabemos exatamente o quanto do coração de quem criou aquela história está ali, o quanto de cuidado e esforço foi colocado na edição, revisão, tradução e publicação daquele título. Sabemos o quanto os autores e os editores esperam que cada um desses conteúdos seja tratado com o carinho que merece, para que chegue aos seus leitores, ouvintes ou espectadores com a grandeza e qualidade que merece. O carinho pelo conteúdo está no nosso DNA.

Dito isto e compartilhando com vocês o amor que também temos pelos livros e pelas histórias, podemos voltar para aqueles dois pontos: acesso e escala.

O acesso mudou o jogo. Não só dos audiobooks, mas de todo e qualquer conteúdo em todo e qualquer formato. A possibilidade de acesso imediato a boas histórias, o tempo todo e em qualquer lugar trouxe possibilidades sequer imaginadas décadas atrás. Com a Storytel é a mesma coisa. Conseguimos hoje, em 20 países diferentes, entregar histórias para mais de 1.5 milhão de pessoas todos os dias, no celular de cada um, o tempo todo.

A escala está muito conectada ao acesso. Sem este acesso móvel e instantâneo seria muito difícil levar as histórias para tanta gente. Todo mundo tem um celular na mão hoje em dia, ele faz parte da nossa rotina. Se isso é uma realidade, por que não utilizar esse aparelho como um instrumento de distribuição de histórias?!

Existe um outro ganho: um audiobook via aplicativo atrai consumidores que não necessariamente tem o livro como uma escolha natural e rotineira de conteúdo. Por toda essa maneira de oferecer histórias: um aplicativo, na internet, acessível por celular, acabamos por ter um público não só de leitores (o que seria um público mais natural e óbvio) mas também muitos não leitores…, pessoas que consomem música e filmes/séries através de seus aplicativos favoritos e que agora começam a perceber o áudio como uma terceira opção de formato. Uma opção para consumirem enquanto lavam a louça, fazem exercícios, caminham, dirigem e uma série de outras possibilidades. Dizemos na Storytel que o áudio é um formato para ser consumido quando você está com a cabeça livre e o corpo ocupado.

E isto não se aplica somente para os lançamentos e best sellers…60% do que é ouvido no mundo na Storytel são livros de backlist. Por quê? Basicamente por dois motivos: primeiro porque uma boa história é sempre uma boa história e, segundo, porque para quem está acessando o aplicativo agora, um backlist é uma novidade.

Pensem em todos os formatos… Esse não é um jogo sobre dividir e subtrair… É um jogo sobre usar o áudio como um formato a mais, sobre multiplicar, sobre complementar.

É isso que fazemos todos os dias: levamos por aí boas histórias para serem ouvidas. 


André Palme é country manager da Storytel no Brasil e apaixonado por conteúdo e tecnologia, tendo seu foco de atuação em desenvolvimento e gestão de negócios e conteúdo digital. Foi o primeiro embaixador do Business Club da Feira do Livro de Frankfurt no Brasil, além de palestrar em feiras nacionais e internacionais. Também torce para a bateria do celular nunca acabar.

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