Essa pergunta deu início à conversa de sábado, 14 de setembro, na Bienal, entre André Argolo (LabPub), Fábio Uehara (Tocalivros), Adriana Alcântara (Audible) e Antonio Hermida (Bookwire) e, a partir de um exercício proposto pelo mediador (Argolo), os participantes trouxeram variados cenários e propostas para garantir que sim, o audibook é para todas as editoras.
Neste brevíssimo texto, pontuaremos alguns dos caminhos abordados pelos integrantes, assim como algumas de suas extrapolações.
O cenário proposto por Argolo como ponto de partida para discussão foi: “sou uma editora com 15 livros no catálogo, lanço 6 livros por ano e publico, basicamente, ficção, majoritariamente, contos e novelas”.
A partir daí, surgiram dados como “exceto pelos mercados de língua francesa e de árabe, o restante do mundo, consome majoritariamente ficção”, mencionou Hermida. Uehara, quando questionado sobre os custos de produção de um áudio, apontou para o fato de que empresas como a Tocalivros, Audible e Storytel, que além de produtoras, são lojas, trabalham com parcerias e diferentes modelos de licenciamento, o que foi corroborado por Adriana. Na outra ponta, Hermida pontuou o fato de que a Bookwire, enquanto distribuidora, tem programas de gestão e financiamento de produções. Ainda complementou alterando um pouco o cenário proposto incialmente, dizendo: “e se acrescentarmos dificuldade, se tratarmos de editoras desse tamanho, mas que publicam, por exemplo, leis comentadas, material de apoio para concursos e monografias? Bem, em casos assim, ainda existe a possibilidade de a produção ser feita em TTS (text-to-speech), com vozes neurais, afinal, o público principal dessas editoras está em bibliotecas universitárias, vendas diretas, à la carte ou por pacotes… enquanto distribuidora, chegamos nesses lugares fora do trade. Além do que, a produção em TTS reduz o valor médio de hora de produção de 1.400 para cerca de 300 reais…”.
Para facilitar, separamos aqui uma lista de caminhos apontados na mesa:
– Sublicenciamento: Modelo no qual a editora sublicencia o título para uma loja, geralmente, mediante a um adiantamento. Dependendo do modelo de negociação, o fonograma pode ou não ser integrado ao catálogo da editora após o cumprimento do contrato.
– Financiamento (WAY – Bookwire): Junto da editora, são selecionados títulos para serem financiados tendo como contrapartida a ampla distribuição. Diferente de um licenciamento ou sublicenciamento, a editora é a detentora dos fonogramas desde o primeiro momento, justo por isso, a editora é quem escolhe voz, identidade artística, etc. A recuperação do investimento se dá através das vendas.
– Gestão (WAY – Bookwire): A Bookwire atua como produtora, fazendo a gestão e controle da produção que é paga pela editora.
– Produção TTS: Dentro do modelo WAY Gestão, a Bookwire produz o audiolivro lançando mão dos mais atuais provedores de TTS como IBM Watson, Amazon Polly, Microsoft Azure e Elevenlabs tudo isso em parceria com a Volyo.
– Parcerias com empresas de Telecom: Diante das demandas das empresas, a Bookwire busca em seu catálogo livros para ofertar para as empresas. Caso o título não tenha uma versão em áudio, a Bookwire realiza a produção dentro do modelo WAY Financiamento para disponibilizar o título.
– Editais como PNLD, PROAC e vendas governamentais: Estamos sempre atentos aos editais abertos buscando oportunidades para nossos parceiros. Fazemos a produção dentro de um dos modelos WAY com entrega já atendendo às especificidades técnicas de cada edital. E para saber mais sobre os modelos e oportunidades que melhor se encaixam ao seu perfil editorial, entre em contato conosco através da sua gerência de contas ou, se ainda não trabalha conosco, pelo e-mail brasil@bookwire.com.br.