Por André Tiba
Veja bem, audiobooks sempre existiram. Como eu disse no começo desse artigo, contar histórias data do princípio da civilização humana. O que mudou foi a forma como isso é feito.
Ouvir e contar histórias é uma das mais antigas formas de comunicação. A comunicação verbal é anterior à escrita, e é um dos elementos que nos define como civilização.
Até o advento da prensa de Gutenberg, a principal forma de passagem de conhecimento, seguida pelos manuscritos, sempre foi a expressão verbal.
Com o livro impresso, isso mudou. A escrita passou a ser a maior forma de concentração de informação. Com a revolução industrial, a criação das prensas rotativas e barateamento do papel e tinta, os impressos passaram a ter uma importância e volume nunca antes vivenciados na história. Foi impresso, somente no século XX, muito mais que tudo que já se havia escrito em toda a história da humanidade.
E nós, que crescemos nesse século, adotamos o livro de papel como a principal fonte de informação e estudos.
Ocorre que a quantidade de informação que somos obrigados a absorver nesse primeiro quarto do século XXI vem crescendo exponencialmente e, ao agregar diversas outras atividades e distrações à nossa vida, 24 horas se tornaram pouco para tudo que precisamos vivenciar nesse período.
No mundo moderno, recebemos informação a todo momento, por todos os lados e de todas as formas. Estamos 100% do tempo conectados, lemos e interagimos mais do que nunca, mas a qualidade da absorção de informação vem caindo na proporção inversa da quantidade ofertada.
Muito se fez e se criou para chegarmos a esse ponto. O conhecimento, antes restrito a milhões de páginas impressas, passou a ser disponibilizado de maneira digital. Vieram os computadores pessoais. Veio a internet.
Um grande divisor de águas, foi a adoção em massa do smartphone. Um dispositivo pessoal capaz de acessar séculos de informação.
Sem abandonar os livros de papel, passamos a ter acesso, também, às suas versões eletrônicas. O e-book foi uma grande revolução. Além de ser uma forma sustentável, nos permitiu carregar todo nosso acervo de informação e cultura em nossos bolsos, com a possibilidade de acesso a qualquer hora e em qualquer lugar.
Por conta dessa necessidade de crescente de informação, o mundo editorial foi à busca de alternativas para a publicação de conteúdos.
E como, inevitavelmente, o mundo dá voltas e acaba por reencontrar sua origem, foi resgatada a ideia do audiobook. Veja bem, audiobooks sempre existiram. Como eu disse no começo desse artigo, contar histórias data do princípio da civilização humana. O que mudou foi a forma como isso é feito.
Muitos de nós lembramos, na infância, da vitrolinha que tocava disquinhos coloridos com fábulas e histórias… Quem não se lembra dos periódicos, comprados em bancas de jornais, que vinham acompanhados de uma fita cassete?
O conceito é o mesmo, porém, aproveitando toda a tecnologia disponível. Hoje podemos ouvir nossos livros de uma forma profissionalmente contada, na voz de narradores especialistas e, até, em alguns casos, na voz do próprio autor.
E se engana quem acha que a narração de um livro é uma coisa metódica e talvez enfadonha. Todo o processo de criação é tratado com carinho e com os cuidados de especialistas no assunto. Leva-se em conta o público, o estilo de obra e o tipo de conteúdo para se selecionar a voz ou vozes ideais para a narração. São feitas inúmeras amostras e briefings com o autor para se chegar na cadência, entoação, emoção ou empolgação ideal para determinado trecho de cada livro. Trata-se de um processo de criação tão rico quanto a própria escrita. A tonalidade da voz é estudada a fim de se criar uma conexão entre o narrador e o ouvinte.
O audiobook, nos moldes como é comercializado hoje, é mais um formato que vem enriquecer a experiência de quem quer ou precisa de uma forma alternativa de informação.
Com o celular e um fone de ouvido, você pode ouvir seus livros em momentos que não poderia se dedicar exclusivamente à isso… Você pode ouvir seus livros durante uma caminhada, na academia, fazendo a limpeza de casa, no seu carro ou no transporte público.
Você pode comprar, baixar o arquivo do livro nas lojas especializadas ou ouvi-lo em streaming, nas diversas plataformas digitais da atualidade.
Aderindo e incentivando essa inevitável tendência, nós da Integrare, em parceria com a Bookwire, estamos lançando nossos títulos nesse formato.
E para começar, estamos lançando dois excelentes Best Sellers. Um na área de business – Personal Branding, do Arthur Bender, e um na área de educação – Quem Ama, Educa!, do dr. Içami Tiba. Enfim, o que vale dizer é que, se você tem uma boa história para ser lida, ela também vale a pena ser contada.
André Tiba é um apaixonado por livros, em todos os seus formatos, e editor da Integrare Editora.