Na coluna passada finalizamos a preparação do texto que será utilizado pelo estúdio. Para iniciarmos a gravação precisamos entregar o material e confirmar que comunicamos as necessidades e expectativas relacionadas ao produto que vai ser criado.
Se você é a pessoa responsável pela mediação com o estúdio aproveite para fornecer informações e materiais que sejam importantes para o sucesso do produto.
Pensando no audiobook como uma obra literária uma boa prática é reunir em um mesmo documento ou pasta todas as referências artísticas que possam ajudar o estúdio a conhecer seu projeto. Alguns exemplos seriam:
– links com referências de narração, exemplos de boa dinâmica para determinado diálogo, um trecho de audiobook com bom desenho de som, uma adaptação do cinema ou qualquer outra coisa.
– descrições psicológicas de personagens ou situações-chave para as histórias, o que pode ser fornecido por editores e bons conhecedores da obra.
– um áudio com a pronúncia exata daquelas 6 expressões em Suaíli que você faz questão que a narradora acerte.
Detalhes desse tipo comunicam seu interesse e atenção ao projeto, o que trará apenas benefícios para sua obra.
Pensando no audiobook como um projeto, vale a pena saber de antemão o que vem pela frente:
– esteja a par dos prazos e etapas envolvidas (direção artística, gravação, edição, correções, etc), bem como prazos e formas de pagamento.
– se tiver uma data de lançamento em mente certifique-se de que o tempo de produção não será um problema. Evite ao máximo pedir prazos mais curtos que o necessário, isso nunca deixará seu audiobook melhor. E claro, se precisar fazê-lo, informe o estúdio o quanto antes para que possam avaliar as melhores soluções para seu projeto.
– alguns estúdios fornecem revisão do material, outros cobram o serviço à parte e outros apenas gravam e editam os blocos, mas não voltam a escutar o material já montado.
Avalie como prefere fazer, mas lembre-se que o audiobook deverá ser revisado/conferido no final, algo que vale considerar desde já. Se possível, defina de antemão quem será a pessoa responsável pela conferência para garantir que seu material seja ouvido na íntegra antes de encerrar a produção.
Para se manter a par do andamento você pode pedir uma amostra da primeira gravação, ou talvez seu estúdio ofereça a possibilidade de acompanhá-la remotamente. Seja como for, procure escutar trechos do material ao menos uma vez durante o processo. Isso minimiza as chances de descobrir uma característica ou pronúncia indesejável depois que tudo já foi gravado, por exemplo
– normalmente os estúdios oferecem uma rodada de revisão sem custo após a entrega do audiobook gravado. Se informe sobre prazos e condições para regravação de correções ou alterações de texto, caso deseje mudar algo após escutar o material completo.
– oriente o estúdio para que entre em contato se identificarem algo que gere dúvida sobre a forma de narrar ou gravar. Por melhor que seja a preparação de texto, é somente na sala de gravação que seu livro será lido em voz alta do começo ao fim, é natural que alguns pontos que passaram desapercebidos venham à tona nessa hora.
– se tiver a oportunidade de conhecer a narradora, conte-lhe sobre os pontos interessantes da obra e ofereça incentivo, se puder. Ela será a porta-voz da sua mensagem e irá para dentro da cabeça de seus ouvintes. (!)
Deve haver ainda outras considerações, o limite é seu critério e gosto. Mas se tivermos esses aspectos cobertos nosso audiobook estará muito bem encaminhado para tornar-se um belíssimo produto.
Que comecem as gravações!