Universo dos audiolivros em março: vencedores do Audie Awards & primeiros resultados da chegada do Spotify Audiolivros em língua inglesa

No nosso apanhado geral do cenário e do mercado de audiolivros dos últimos 30 dias, destacamos o principal vencedor do Audie Awards 2024 (Audiobook do Ano), “Surrender”, autobiografia escrita e narrada por Bono Vox, que soube mesclar palavra falada com música de maneira sensível e inteligente. Já a respeito do mercado, falamos sobre os primeiros dados divulgados pelo Spotify a respeito do consumo e recebimento do formato de audiolivros por parte de sua base de usuários. Tanto a empresa quanto analistas seguem bastante otimistas.

Principal vencedor do Audie Awards 2024

Em 4 de março, a Audio Publishers Association (APA) anunciou os vencedores do Audie Awards 2024, premiação voltada exclusivamente para o formato de audiolivros e entretenimento falado, em uma cerimônia que ocorre anualmente em Los Angeles. Essa foi a 29ª cerimônia de premiação e contou com a apresentação principal da atriz e roteirista Nia Vardalos. O prêmio mais importante da noite, Audiobook do Ano, foi para a autobiografia “Surrender”, escrita e narrada por Bono Vox e publicada pela Penguin Random House Audio. Quem recebeu a estatueta foi Dan Zitt, vice-presidente sênior de produção de conteúdo na Penguin Random House Audio, que, em seu discurso, fez um agradecimento especial à Universal Music, que permitiu que a equipe da PRH incluísse mais de 40 faixas de música no audiobook. A obra apresenta um híbrido entre canções e design de som, entrelaçados à narrativa impressionante de Bono, num projeto que levou dois anos para ser finalizado.

Spotify reporta crescimento de audiolivros

Poucos meses após lançar seu serviço de streaming de audiolivros nos EUA, Reino Unido e Austrália, o Spotify divulgou as primeiras informações de como o formato foi recebido por sua base de usuários. Foram acessados aproximadamente 90.000 títulos literários, com a memória de Britney Spears, “The Woman in Me”, liderando a lista dos livros mais ouvidos. Embora não tenha compartilhado dados mais específicos, o Spotify disse em um comunicado que a empresa pagou “dezenas de milhões” de dólares para editoras. Desconsiderando o gigante do streaming, o mercado de audiolivros nos Estados Unidos cresceu 14 por cento no quarto trimestre de 2023 em comparação com o ano anterior, segundo a Bookstat, que estima as vendas de áudio em varejistas como Apple e Audible. Com a adição do Spotify, o setor cresceu 28 por cento nesse período, segundo a empresa. A Bookstat estimou que o gigante do streaming teve uma participação de mercado de 11 por cento, colocando-o à frente da Apple e atrás do Audible, que há muito tempo é o player dominante no mercado de língua inglesa. “Isso sugere que eles ampliaram o mercado em vez de canibalizar os clientes existentes do Audible e da Apple”, contou Paul Abbassi, fundador da Bookstat, em reportagem do New York Times.

O Spotify anunciou seu serviço de streaming de audiolivros em outubro de 2023. O recurso oferece aos assinantes premium do Spotify 15 horas de acesso a audiolivros digitais por mês, utilizando os recursos de descoberta e recomendação, ferramentas bastante poderosas nos formatos de música e podcast. Os assinantes podem usar as horas como quiserem — seja experimentando títulos diferentes no catálogo ou ouvindo uma obra inteira. Além disso, um usuário pode pagar $10,99 para “completar” com um bloco de 10 horas se quiser continuar ouvindo além da cota de 15 horas.

Também segundo reportagem do New York Times, agentes literários relataram em off que ainda temem um impacto negativo do avanço da Plataforma, causando queda de preço das obras, mas confirmaram que os retornos iniciais têm sido sólidos, tanto em termos de receita quanto em termos de alcance de novos públicos.

Editoras como Hachette e HarperCollins colocaram seus catálogos de áudio completos no Spotify, enquanto outras, como a Macmillan, disponibilizaram apenas uma parte, deixando os autores optarem por ter seus livros disponíveis ou não na plataforma de streaming. Amanda D’Acierno, presidente e editora da Penguin Random House Audio, disse também ao New York Times que, baseando-se nos títulos que estão vendendo, o demográfico no Spotify pareceu ser mais jovem e mais masculino do que o público tradicional de audiolivros e que a plataforma está alcançando pessoas que não vão frequentemente a livrarias.

Nossa aba “Audience & Streaming”, nos dados de vendas diárias do Bookwire OS, apresenta dados de acesso dos audiolivros por gênero, horário do dia e faixa etária, por exemplo. Lá, é possível perceber ainda uma predominância de acesso por parte do público masculino, de idade entre 35 e 44 anos. As novas informações a respeito do público predominante dos audiolivros em língua inglesa no Spotify podem indicar que uma eventual chegada da plataforma ao Brasil impulsione acessos de um público mais jovem, entre 18 e 27 anos, até agora de participação mais discreta no consumo de livros falados em terras brasileiras.

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