Não me refiro ao local no qual o leitor está, mas sim em qual tipo de plataforma ele está lendo. Quando pensamos em E-book, é comum que já imaginemos um e-reader. Se você está chegando no trem do livro digital agora, e-reader é um dispositivo dedicado a leitura de E-books, o qual tenta imitar a experiência de um livro impresso – sem telas coloridas, sem outros aplicativos, apenas você e o livro (e a loja à sua disposição, claro).
Mas estamos em 2018 e o mundo digital não para. Um E-book pode ser lido também no seu smartphone, no seu tablet e no seu computador. Pode não parecer, mas isso significa um aumento de 100% de base de leitores. Segundo a Newzoo’s Global Mobile Market Report, cerca de 37% da população brasileira possui um smartphone. Isso significa algo em torno de 79,578,000 usuários. Se você pensa em computadores, esse número sobe para algo em torno de 57% da população, em pesquisas recentes. Num país gigantesco como o Brasil, esses números representam muito.
Todos esses dados são relevantes porque, no Brasil, temos mais pessoas com smartphones e computadores do que e-readers. E todo smartphone e todo computador possibilita ao seu usuário ler E-books de forma simples, sem precisar pagar por algum programa específico.
Smartphones com Android já têm a Google Books instalada, e iPhones, bem como iPads, tem a iBooks. Num computador, assim como nos smartphones, você também pode instalar o aplicativo de leitura da loja de sua preferência. Ou seja: alcançar o seu leitor é mais fácil do que você imagina.
O que devemos levar em consideração quando pensamos em leitura em “outras telas”?
Smartphones são os aparelhos eletrônicos mais utilizados hoje em dia. Sair e esquecer o seu em casa é quase como esquecer a carteira – para alguns, até pior, porque já existe o cartão de crédito no próprio celular, por exemplo. Mas existem diversas marcas e tamanhos desses aparelhos, então é preciso pensar num formato que se adeque a todos eles para garantir que nenhum leitor fique de fora. A nossa plataforma, Bookwire MACS, já te ajuda com isso. O nosso validador de EPUB checa se o arquivo será aceito em todos os dispositivos possíveis. Contudo, essa é uma validação técnica. É preciso pensar também no design. Abaixo, listamos alguns exemplos do que deve ser evitado:
Texto em duas colunas é algo não recomendável para E-books. Pense numa tela de celular. Agora esprema o texto numa metade da tela, que estará na vertical, para caber outra coluna de texto na outra metade. Se você for ler na horizontal, terá que rolar muito a tela até terminar uma coluna e depois subir tudo de novo para ler a outra.
O uso de imagens deve ser moderado e bem pensado para livros de layout fluido. Muitas vezes, no livro impresso, enfeitamos as páginas para enriquecer a experiência de leitura. Contudo, no livro impresso o texto não corre, é tudo fixado ao papel e o fluxo da leitura é pré-estabelecido. No livro digital, permitimos ao leitor customizar a sua leitura, aumentando ou diminuindo fonte, espaçamento, dentre outros. Então imagine um belo arabesco adornando o título do capítulo, ou uma linda ilustração contornando um parágrafo. O que acontecerá com essas imagens se o leitor quiser uma fonte maior e o texto correr? Ou se ele estiver lendo em seu smartphone, numa tela menor. Ou a imagem perderá sua conexão com o texto ou ficará grande demais, de qualquer forma atrapalhando a leitura. Reforçamos que o uso de imagens é permitido e até recomendado quando bem utilizada.
Os estilos devem ser básicos e bem aplicados. Me refiro aqui ao código do E-book, o CSS. Quando o livro impresso é feito, é preciso pensar em órfã, viúva, espaçamento, tamanho de fonte, leading, kerning e por aí vai. No E-book, isso só faz sentido quando o layout é fixo e o leitor não terá a possibilidade de alterar nada. Nesses casos, é ideal que se pense em como otimizar a leitura, assim como no livro impresso. A diferença é que aqui precisamos considerar todos os tipos e tamanhos de tela. Não adianta colocar um texto com fonte tamanho 10 porque a leitura está boa no iBooks do computador, sendo que se você for ler no iPhone, ficará muito difícil. Quando o livro é de layout fluido, é preciso não estilizar demais o texto. Cada dispositivo já tem uma configuração pré-estabelecida, que irá abrir o E-book com uma fonte e um tamanho adequado para leitura. Se você aplica no estilo um espaçamento x, por exemplo, isso travará a opção de alterar o espaçamento, restringindo o leitor ao que você definiu no código. E aí ocorre tudo o que já mencionamos aqui: além de limitar o leitor, a leitura pode fluir no Kindle e-reader, mas ao passar para o Kindle app pode ficar mais difícil etc.
Para concluir, acredito que o pensamento inicial ao se fazer um E-book deva ser algo como “isso não é um PDF, nem uma mera cópia do livro impresso”. É preciso propiciar uma boa experiência de leitura para que o consumidor não só entenda todos os possíveis benefícios de um livro digital, mas também saiba exatamente no que ele se diferencia do livro impresso. Não que um seja melhor que o outro, mas entendendo as diferenças os consumidores buscarão por um formato de acordo com suas necessidades.
Quero o livro imediatamente? Posso comprar o E-book a qualquer momento, em meu celular, em meu computador ou tablet, desde que tenha acesso à internet. O download é feito em segundos.
Quero poder aumentar a fonte, pois tenho algum problema de visão? O E-book me permitirá isso – ainda que seja de layout fixo, pois a editora terá pensado nisso ao diagramar o E-book.
Quero migrar entre dispositivos? O E-book está sempre vinculado a uma conta de uma loja. Ou seja, você pode ter um Kobo reader e baixar o app da Kobo no seu celular. Se estiver com o e-reader em mãos, pode ler, mas caso esteja sem ele, é só abrir o app no celular que a leitura será sincronizada, permitindo que você continue exatamente de onde parou no e-reader.
A equipe Bookwire está sempre à disposição para te ajudar a decidir qual o melhor formato para o seu E-book e como fazer as adaptações necessárias para otimizar a experiência de leitura. Converse com seu gerente de contas sobre isso!