A produção de audiolivros requer curadoria na escolha dos títulos para garantir o sucesso e a eficácia do projeto. Isso vale também para o timming em que a obra será lançada. Pautas em voga ou datas especiais devem ser consideradas, pois multiplicam o alcance de livros relacionados a elas. Também é o caso de lançamentos casados com impresso e e-book, ou paralelos ao lançamentos de séries inspiradas nas obras, em plataformas de streaming, entre outras circunstâncias. No entanto, há muitos outros aspectos a serem avaliados. Nesse artigo, vamos detalhar fatores que consideramos relevantes na hora de sustentar e acreditar num projeto de livro falado.
Só títulos Fortes? É natural iniciarmos a seleção com uma lista dos títulos mais fortes do catálogo, considerando critérios como vendas, qualidade do texto, reputação do autor e relevância. No entanto, é importante destacar que outros fatores também podem ser determinantes. O autor tem familiaridade com palavra falada ou participa de um podcast, por exemplo? Esses são aspectos facilitadores, uma vez que o potencial público tem mais pré-disposição para interessar-se por um livro narrado, especialmente do seu podcaster favorito. E aquela obra backlist ou mais segmentada? Hoje, oferecemos na Bookwire serviço de Text-to-Speech, através de inteligência artificial, com vozes neurais cuja qualidade avança rapidamente, criando uma experiência satisfatória, especialmente em livros de não ficção. É uma opção interessante e mais econômica para capilizarizar alcance e formatos daqueles títulos que não são best-sellers.
Momentum: Acompanhe destaques e futuros lançamentos promissores fora do universo literário. Disputamos o tempo do usuário com gigantes do streaming audiovisual, redes sociais, entre tantos outros conteúdos. É importante ter entendimento em relação ao funcionamento do algoritmo e sugestões dessas plataformas, seja para servir de argumento para realizar determinado projeto ou para entender que há certa saturação momentânea de um gênero e, por tanto, é mais interessante seguir outro caminho. Lançamentos multiformato podem impulsionar as vendas. Por isso, planejamento é crucial.
Demanda: Avalie quais segmentos de mercado já possuem bases de fãs no Brasil. Sabemos que audiolivros de finanças, negócios, espiritualidade e desenvolvimento pessoal, têm público fiel, mas gêneros como ficção e ficção científica se consolidaram de maneira rápida no país quando o assunto é audiolivro. Aliás, é uma tendência global. Obras sci-fi inclusive ganham versões narradas ilegais em plataformas de streaming, com milhares de escutas. O programa de produção de audiolivros da Bookwire te ajuda a não desperdiçar esse potencial. Mapeamos os livros falados que já têm vazão na internet, além de garantir que o direito das obras seja seu e que o produto final tenha qualidade.
Estrutura do Texto: Somos entusiastas e defensores do maior número possível de conversões para o formato falado, mas, claro, há exceções. Ou, ao menos, obras menos compatíveis com narrativas exclusivamente de áudio. Obras com muitos elementos gráficos, trechos interativos, citações extensas, podem ser convertidas, com trabalho de adaptação de texto já mencionado aqui em outros artigos. No entanto, acreditamos que seja interessante priorizar textos com linguagem coloquial, próximas de uma conversa. Pensemos na inteligibilidade de uma história contada. Ela é de fácil assimilação, ancestral e cativante, mas basta uma divagação exagerada para um lado ou a apresentação abrupta de assuntos demasiadamente densos e complexos de outro, para que a atenção do ouvinte se dissolva.
Total de Páginas: Não há como fugir desse aspecto. Leve em consideração o tamanho dos livros, pois isso afetará o custo e o tempo de produção. Vale destacar que, normalmente, a duração de uma obra é prevista com base no número de caracteres com espaço, e não no número de páginas. Isso definitivamente não significa que obras extensas devam ser evitadas. Pelo contrário. Produzimos via WAY inúmeras biografias e obras de ficção com mais de 15 horas que caíram nas graças do público audiófilo. Mas aquele best-seller curtinho realmente não dá pra deixar de converter o quanto antes.
Elementos da Linguagem: Aqui também, de forma nenhuma, presença de outros idiomas é um impeditivo. Apenas vale conciliar a curadoria com a preparação de texto e pré-produção do projeto, garantindo que a narração seja munida com a pronúncia correta de expressões em outras línguas ou elementos linguísticos complexos. Idiomas com os quais estamos mais acostumados, como espanhol e inglês, não necessitam glossário, mas sua alta incidência pode direcionar o casting para vozes que já as dominem.
Temática: Avalie se a natureza do livro, como manuais ou livros de referência, é adequada para a audiência em áudio. Como dissemos anteriormente, nem tudo, ao menos traduzido de forma literal, faz sentido no formato de áudio.
Referências: Pesquise audiolivros de autores similares em outras línguas e explore prêmios como o Audie Awards para obter insights e inspiração. Vale também buscar ações de marketing de obras similares ou versão narrada da mesma obra em outras línguas. Quem narrou as obras e por quê? Foi lançamento casado com o físico e e-book? Quais conteúdos extras foram criados para o ecossistema de lançamento do audiolivro nas redes sociais?
Além disso, considere outros fatores, como orçamento, direitos autorais e royalties ao tomar decisões de curadoria. O objetivo é garantir que os audiobooks sejam bem-sucedidos e fortaleçam a produção editorial de maneira geral. Quer apresentar o seu catálogo para avaliarmos? Está em dúvida sobre qual obra converter para áudio? Discorda de algum dos aspectos mencionados nesse artigo? Seu feedback é mais que bem vindo no audio@bookwire.com.br.
Até a próxima!
